ano 18 - nº 106 - junho de 2009
O crescimento da
população mundial e os desafios da educação
João Roberto Moreira
Alves (*)
O crescimento da
população mundial exigirá novas estratégias para que a humanidade consiga
superar os desafios que se apresentarão nos próximos anos.
Atualmente os cinco países mais populosos são China (1,345 bilhão), Índia
(1,198 bilhão), Estados Unidos da América (314,7 milhões), Indonésia (230
milhões) e Brasil (193,7 milhões). As previsões para 2050 mostram mudanças
nesse ranking populacional e são esperados que a ordem seja a seguinte:
Índia (1,613 bilhão), China (1,417 bilhão), Estados Unidos (403,9 milhões),
Paquistão (335,2 milhões) e Nigéria (289,1 milhões). O Brasil cairá para o
oitavo lugar com 218,5 milhões.
Esses dados são do Relatório da População Mundial elaborado pelo Fundo de
População das Nações Unidas (UNFPA).
O planeta tem 6,8 bilhões de pessoas e está perto do limite máximo, segundo
os especialistas.
Ao lado das preocupações com o meio ambiente, alimentação, saúde e educação
se constituem como pilares de um grande processo de sustentabilidade.
Os efeitos do aquecimento global, com busca de compromissos de redução de
emissões de gazes do efeito estufa, estão na pauta dos encontros que reúnem
os mais importantes líderes das nações industrializadas.
Alimentação e saúde vem sendo também objeto de profundos debates,
especialmente porque não há barreiras geográficas em ambas situações.
Mas, na área de educação, são tênues os compromissos. Muitos assumidos não
são cumpridos, e se centram mais na universalização do acesso à educação.
Quase nada se estuda acerca da qualidade. Há, sem dúvidas, exames
internacionais que medem os graus de absorção do conhecimento. O PISA é um
dos mais valiosos instrumentos mas que não aponta soluções mas sim dá os
sinais de sucesso ou fracasso das políticas públicas setoriais. É como se
medisse a temperatura de um doente mas sem diagnosticar os males que o mesmo
possui.
O crescimento populacional aliado à evolução da ciência e tecnologia
precisam estar par a par com os cenários nacionais e internacionais.
A construção física de escolas e as dificuldades para manter sistemas de
educação continuada podem ser superadas com a implantação de eficientes
programas de educação a distância.
A aprendizagem terá que ser ao longo da vida pois os ensinamentos levados
aos alunos normalmente em sua infância e juventude se tornarão obsoletos e
cairão em desuso rapidamente. Igual realidade se dará nas universidades
onde novas profissões surgirão com rapidez incalculável.
A superação desse desafio de proporcionar condições de absorção dos novos
saberes é missão somente alcançável por meio de programas internacionais de
EAD. Os intercâmbios físicos atenderão a apenas a uma pequena parcela da
população e normalmente agrupada nas elites. A grande massa populacional
terá que se valer dos crescentes meios de comunicação que, cada vez mais
acessíveis, tanto em termos técnicos, como em valores financeiros, para
obter condições de sustentabilidade.
Em face disso fica clara a relevância de mecanismos mais simples que
permitam os estudos internacionais. A educação, sem a existência de
restrições quanto à sua validação governamental, será a tônica nas próximas
décadas. Prosperarão os países que abrirem suas fronteiras ao
conhecimento e isso somente se dará em decorrência da visão de seus
governantes.
(*) Presidente do
Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação
(IPAE 183- 06/09)
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